quinta-feira, 5 de maio de 2011

Foi muito porreiro, pá!

Foi muito porreiro, pá!Por:Miguel Alexandre Ganhão, Editor Executivo-Correio da Manhã

O tempo é de alegria. O primeiro-ministro anunciou que Portugal conseguiu "um bom acordo" com a troika. Os funcionários públicos, que terão as progressões e os salários congelados nos próximos três anos, estão felizes por conservarem o subsídio de Férias e o de Natal. Os reformados, que terão remédios mais caros e menos pensões, respiram de alívio com os 14 meses garantidos.

Os desempregados, que vão receber menos subsídio durante menos tempo, também devem estar satisfeitos. E os contribuintes devem dar graças... vão pagar mais IRS, mais IVA e mais IMI.

Mas são os bancos que devem mostrar maior gratidão, depois do indecente ultimato dado ao Governo. A torneira do dinheiro vai voltar a pingar (12 mil milhões) para reforçar os seus capitais próprios e para continuar a emprestar a quem quiser trocar de casa, comprar carro novo ou ir de férias para destinos exóticos.

Se as condições do acordo são estas, e são tão boas, imaginem como não seriam se tivéssemos pedido ajuda há um ano! O que tivemos de suportar das agências de rating! A humilhação dos mercados, que massacraram sem dó a nossa dívida soberana, mês após mês!

Mas Sócrates diz que conseguiu um "bom acordo". Porreiro, pá!

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